In Fondo dela Colònia
Son nascento in colònia, par quela canto cossi,
Me ricordo tudi di, le strùssie che gò passa.
Me gò cria taconà, dormia in qualche paion
De magnar poco de bon, e squase sempre misurà.
Refrão: con’me levea a la matina,
Preghea’l signor, madona, santi e cosi sia.
Ntel fogon a legna la salèra che boìa,
Parecea la nona la polenta brustolada
E col nono levea sù, ciapea l’àqua calda e se fea el simaron
Se sentia soto ose che’l preghea con devossion,
Ringrassiando la salute e la fameia fortunada.
Con capeleto de paia e sempre de pie par tera,
Ndeino rossar capoera, o sapar soto el vignal,
Me gò sleva insima un caval, e ndava sempre al molin
No podea mancar vin, ne farina àqua e sal.
E na volta drio arar, ntel giaroneto de a riva
Sbaia e vien el can de piva e de vanti un conìcio
Lo gò smira col òcio drito, ghe gò impiomba na sassada
Gó pianta via na magnada, con polenta e tòcio fisso.
Sàbo in casa de a morosa, drio na pianta gò pissà
Na ava me gà becà, maria santa che paura,
Ze stà pròpio na braura, la rento ntel ospedal
Dotor Paulo tira el mal, mà dasselo fora de mesura.
Bisogna tegner de conto, dizea nostri’migranti,
In tola ghe nera tanti, e tante volte pan e bagna.
Chi sparagna gata magna, provérbio de sparagnoni,
Sorte de noni e bisnoni, ghemo cata la cucàgna.
No Fundo da Colônia
Introdução
“Fazendo a refeição com o avô, nos lembramos de uma vida sofrida. Fadiga, fome, frio e medo. Será mesmo ou foi um sonho? Mas com trabalho, fé e coragem, hoje cantamos contentes: no fundo da colônia”.
Sou nascido na colônia, por isso canto assim,
Me lembro todos os dias, das fadigas que eu passei.
Me criei remendado, dormindo em qualquer colchão
De comer pouco de bom, e quase sempre medido.
Como se levantava de manhã,
Rezava ao senhor, nossa senhora e todos os santos
No fogão a lenha a chaleira fervia,
Chegava a avó com a polenta brustolada
E quando o avô se levantava, pegava a água quente e fazia o chimarrão
Se sentia em baixo tom, que rezava com devoção,
Agradescendo a saúde da família abençoada.
Com chapéu de palha e sempre descalço
Se ia roçar capoeira, e capinar deibaixo da parreira,
Eu cresci em cima de um cavalo, indo sempre ao moinho
Não podendo faltar vinho, nem farinha, água e sal.
E uma vez arrando, na recosta do monte
Latia o cachorro do piva e na frente um coelho
Eu o mirei com o olho direito, e o tonteei com uma pedrada
E fiz uma refeição, com polenta e molho.
Sábado na casa da namorada, atrás de um planta eu mijei
Uma abelha me picou, santa maria que medo,
Foi mesmo uma proeza, la dentro do hospital,
Doutor Paulo tirou o mal, mas deixou fora do tamanho.
É preciso economizar, dizia nossos imigrantes,
Na mesa tinha tantos, e muitas vezes pão com banha.
Quem economiza a gata come, provérbio de poupadores,
Sorte de nossos avôs e bisavôs, encontramos abundância.
Participação Especial: Gerônimo Isoton, Odila Isoton, Daniela Isoton, Dr. Paulo Massolini, Gisa Mauer, Vincenzo Maróstica, Francesco Maróstica, Prof. Tito e Vinicius Benvegnu..
Agradecimentos: Baitaca, Família Rech, Família Isoton e Família Pinzetta.
Áudio: RGA Studio
MAROSTICA E MARSSARO – Fròtola Bepi e el prete
MAROSTICA E MARSSARO – Fròtola Persa ntel Merca
Fròtola Scioco e la Tigresa
MAROSTICA E MARINHO – Fròtole e vin soto i vignai
Edgar Marostica – I ochi
Tosatei in Talian – Poema Din Den Don
Projeto Isolados – Entrevista com Edgar Maróstica
Poema – La Fontana de Carino
Edgar Marostica e Marco Marssaro – Ndar al molin
MAROSTICA E MARSSARO – Fròtola Varda a me testa